terça-feira, 28 de julho de 2009

Um pouco de Brasil

Posto aqui musicas com o mesmo título de dois grandes músicos brasileiros, a primeira é de um dos mais talentosos sambistas, Paulinho da Viola. O outro compositor é Gustavo de Almeida Ribeiro, mais conhecido como Black Alien. Ele é um dos mais festejados compositores de rap e ragga da atualidade. Ambos são cariocas, vascaínos e músicos maravilhosos do cenário nacional.
Suas musicas chamam-se TIMONEIRO.




TIMONEIRO
Paulinho da Viola

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega

Como nem fosse levar

É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno do mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar:- Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que ele faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz


TIMONEIRO
Black Alien

Cai, o muro de Berlim
E as rádios tupiniquins ainda amarelam de tocar algo assim
Hoje em dia talvez se eu nao estivesse nesse jogo da rima
Estaria a sete palmos abaixo de terra, rosas vermelhas caindo e meus camaradas lá em cima
Sem deixar pegadas ou pistas
Quilos e quilômetros de boas batidas e rimas
Bem debaixo das suas barbas, bem debaixo de suas vistas
Olhando pelo olho do meu futuro sogro figuro como figura malquista
Fico melhor na cela como réu do que na sala como visita
Insisto e repuxo ismos
Seios me rechaçam isto, por isso não insista
Blasfeme, esbraveje e mande para aquele lugar
Pois nao há onde nao fui
Bisneto de Alah, neto de Marley, filho de Rui
Organismos, formas genes que rebatem sangue ruim
Deus agradeço por tudo que tenho
Familia e amigos, rascunhos e desenhos
Os negros na casa grande e senhores feudais ralando no engenho
Foda-se de onde venho
Na sua frente estou, pow
Quebrou o espelho, sete anos de azar, vou dar
Um perdido nos que se acham e não têm mais como voltar, ah ah...
Quero ver como tu vai sair dessa
Quando Gustavo Black entrar nessa
MCs correm pra todos os lados enquanto eu piso pesado, sinistro e sem pressa
Aladin sorri para mim voando no tapete mágico sobre a Pérsia
Oh Babilônia
É engraçado ver como nego dispersa a minha insônia
O rei versos o vice-versa
Bom som, chega de conversa
Black Alien liderando o bonde, partiu pra a Atlântida sem quem impeça
Submarino amarelo agora é preto rumo à cidade submersa
Situçoes diversas, adversas
Adversários, vários tem por aqui
Mas é pra isso que tamo aqui
Piscou o olho, sumi!
Mulheres e crianças primeiro, enquanto eu for o timoneiro
Mulheres e crianças primeiro, enquanto eu for o timoneiro...


Quanto mais eu quero entender menos eu entendo
Queria saber como manter sempre o bom proceder
3.000 km
Ligar pra que?
O que poderemos fazer?
Fechar os olhos e imaginar como poderia ser?
Escutar sua voz pra que?
Enquanto for assim
Eu aqui e você aí
Não vai dar certo
Difícil te fazer entender o que eu quero dizer
Nossa atitude e digna de quem está com o barco no meio do mar
Procurando-nos pra ancorar
Two heads mad
Fucking the phone
I love you but you are a distance of three thousand kilometers
I'm pink, but i'm punk
You're still my meditation
what can I do?
I see you

Nat

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Entre a areia e o mar


Prefiro continuar sendo
Essa flor entre a areia e o mar
Porém no lugar que ela quer estar
Se quiser me arrancar
Cuidado
Não sei se vai doer mais em mim
Ou em você
Espero pelo mar
Que já já vai chegar
Nele eu não vou me afogar
Natália Azevedo

O bom amigo

Amigos queridos em verso e prosa contam histórias
Relembram o tempo do vendaval e comemoram o final
Sentem-se confortáveis em abrir o coração
Sabem que o bom amigo não vai julgá-lo então
O bom amigo não fará descaso ao seu desabafo
O bom amigo irá escutar o seu caso e aconselhar sem hora e sem prazo
O bom amigo não sente inveja, o bom amigo admira.
Um bom amigo é tão importante quanto a família
Te põe pra cima, te apóia e te anima
Te presenteia com um abraço sincero
Te orienta do caso mais bobo ao mais sério
Ajuda nas atividades diárias, lava a louça e arruma a sala
Não te rouba, não te deixa sem graça e não te atrapalha
O bom amigo você coloca dentro da sua casa
Ele apenas te protege e te ajuda
Amigo também é a cura
Natália Azevedo

3.000 Km


Existem tantas pessoas especiais
O que os olhos não vêem o coração não sente
Imprevistos acontecem naturalmente
O natural é não ficarmos contente
Quando o que se quer realmente
É o ser presente
O desejo permanece no subconsciente.
Mas pessoas especiais chegam de repente
O problema fica aparente
Noutro plano está a realidade
Neste está a carne e a vontade
O sentimento não é miragem
Liberdade
Te faz esquecer?
Nossa alma nos prende
Estamos presos à liberdade
Só acreditarei com toda a sinceridade
Se ambos se apaixonarem de verdade
Até então, permaneço a esperar
A dor da distância tem esperança
Tem lembranças
Tem saudades
Tem vibe
Sente sede
Sente cheiro
Sente medo
Sente-se perto
Sente-se bem
Enxerga além
Tem porque
Tem prazer
Tem querer você

Natália Azevedo

sábado, 4 de julho de 2009

ya


Isso tudo é porque incandesço
A forma que aconteço é fato
Vezes queimo
Noutras só acendo
Não apago
Desoriento
Desconcentro
Lamento
Ninguém tem sucesso a todo o momento
Isso só reabastece meu alicerce
Só saio do lugar quando é certo
Não quebro
No máximo invergo
Qualquer problema
Concerto
Minha mãe não concorda com meu dialeto
Menina!
Fala direito!
Gírias é feio
Minha essência é mantida
Minha alma é agradecida
Minha juventude é permanente
Sigo sorrindo
Sempre em frente
Oriento minha levada
Para estar um dia leve
Noutro pesada


Natália Azevedo


RJ - Búzios - Rua das Pedras


"A bonita criatura, e eu a tua procura..."

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Se você soubesse...


Sem rodeios e redemoinhos que é para não cansar minha beleza... Mas sabe...
Sofrer faz parte
Pra nunca deixar de escrever e entender o que está a acontecer
Pra poder reascender e novamente florescer
Pra melhorar a atmosfera do ser
Pra subtrair momentos ruins e somar os bons
Pra não desintegrar o natural
Pra permanecer essencialmente normal
Treinar pra fazer uma declaração verbal
Administrar os versos
Construir o melhor dialeto
Que é pra desabafar o que está a machucar
Sarar logo após relatar
Este é o lema, o esquema.
Papo reto no processo
Não te nego agora
Mas sim, na hora.
Sei que não é progresso
Também não tenho ordem
Se quiser chegar
Tranqüilo
Tenho etiqueta para o bom convívio
Se não
Paro

Não estou aqui pra te amedrontar
Só estou aqui pra desabafar a angústia de saber
Que o teu corpo blinda-se ao me ver
Sem nem o menos tentar me compreender
Lembra?
Feche os olhos
Eu quis conversar, te explicar.
Mas faltou nós cedermos pra podermos nos alcançar
Visto que
Você é fogo
Eu sou ar
Quanto mais sopro
Mas sua chama há de propagar
Será melhor então eu parar?
Acontece que eu não consigo parar de lembrar de você
E rimar...
Esse é meu dom
Lindo mulato
E você é a inspiração
Sacou?
Demoro.

Natália Azevedo